Governo se articula para enfrentar oposição em CPMI das fraudes no INSS
Após escândalo com descontos indevidos em benefícios, Palácio do Planalto tenta conter danos políticos e influenciar composição da comissão parlamentar mista

16/05/2025 - 12:05

O governo federal já traça estratégias para lidar com a pressão política causada pelo escândalo das fraudes no INSS, que envolvem descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Diante do avanço do apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o caso, o Palácio do Planalto tenta articular a formação da comissão para conter o desgaste e direcionar a responsabilização à gestão anterior, de Jair Bolsonaro.

A proposta de criação da CPMI já conta com o apoio formal de 37 senadores e 223 deputados, superando com folga o mínimo necessário. A decisão final, porém, cabe ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), que ainda não se manifestou sobre o tema.

O caso, apelidado de "Farra do INSS", veio à tona após a operação “Sem Desconto” da Polícia Federal, em abril, que revelou um esquema de fraudes com prejuízo estimado de até R$ 8 bilhões, afetando cerca de 9 milhões de beneficiários em todo o país. A ação resultou em mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal, além de prisões e afastamentos de servidores.

Em meio à crise, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixou o cargo após admitir que foi alertado sobre as irregularidades, embora negue envolvimento direto. Ele foi substituído por Wolney Queiroz. O governo também anunciou a devolução de R$ 292,7 milhões a aposentados a partir do dia 26 de maio, como tentativa de minimizar os impactos do escândalo.

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