IPCA registra nova deflação e cai em -0,08% em junho
Essa foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%

11/07/2023 - 11:07

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a inflação registrada no mês de junho de 2023, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice registrou queda de -0,08 ponto percentual (p.p.), que na prática representa deflação.

Essa foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Segundo o IBGE, o resultado de junho foi influenciado principalmente pelas quedas em Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%). Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,14%) também registraram recuo nos preços no IPCA de junho.

No lado das altas, o maior impacto (0,10 p.p.) e a maior variação (0,69%) no índice do mês vieram de Habitação. Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de Educação e o 0,36% de Despesas pessoais.

Alimentação

A queda do grupo Alimentação e bebidas (-0,66%) deve-se, principalmente, ao recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%), que haviam registrado estabilidade em maio. Destacam-se as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). No lado das altas, batata-inglesa (6,43%) e alho (4,39%) subiram de preço.

A alimentação fora do domicílio (0,46%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,58%), em virtude das altas menos intensas do lanche (0,68%) e da refeição (0,35%). Em maio, as variações desses subitens haviam sido de 0,71% e 0,47%, respectivamente.

Transporte

Em Transportes (-0,41% e -0,08 p.p.), o resultado foi influenciado pelo recuo nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%). Além disso, destaca-se o resultado de combustíveis (-1,85%), por conta das quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). No lado das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.

Habitação

No grupo Habitação (0,69%), a maior contribuição (0,06 p.p.) veio da energia elétrica residencial (1,43%), devido a reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência do índice: Belo Horizonte (13,66%), com reajuste de 14,69%, a partir de 28 de maio; Recife (3,73%), com reajuste de 8,33%, a partir de 14 de maio; Curitiba (1,64%), com reajuste de 10,66% a partir de 24 de junho e Porto Alegre (-0,26%), com reajuste de 2,92% a partir de 19 de junho, em uma das concessionárias pesquisadas.

A taxa de água e esgoto (1,69%) também registrou alta, por conta de reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência do índice: Belém (7,76%), com reajuste de 8,33%, a partir de 28 de maio; Curitiba (4,60%), com reajuste de 8,20%, a partir de 17 de maio; São Paulo (3,19%), com reajuste de 9,56%, a partir de 10 de maio, e Aracaju (0,30%), com reajuste de 4,92%, a partir de 1º de maio.

Ainda em Habitação, a queda nos preços de gás encanado (-0,04%) decorre da apropriação residual das reduções tarifárias de 3,05% em Curitiba (-0,20%) e de 0,59% no Rio de Janeiro (-0,04%), ambas a partir de 1º de maio. O preço do gás de botijão (-3,82%) também recuou.

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