Amamentação pode livrar bebês de diabetes e mães de câncer no ovário
No Agosto Dourado, a amamentação é tema que informa para prevenção tanto para mães quanto para bebês
11/08/2023 - 10:08
O leite materno é padrão ouro, ou seja, essencial para o bebê devido às suas características nutritivas. Pelo menos é o que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), Unicef e Sociedades Internacionais. Além disso, é o único alimento para o bebê até o seis mês de vida e depois passa a ser alimentação complementar até os dois anos.
Para a coordenadora do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Simone Ramos, a amamentação adequada pode prevenir a criança de doenças como a obesidade, diabetes tipo um e dois e, ainda, diminuir a incidência de doenças que geram diarréias, respiratórias e a mortalidade infantil até os cinco anos. Além disso, diz ela, o aleitamento materno ajuda no desenvolvimento orofacial, melhorando problemas na mastigação e de respiradores bucais.
Além dos benefícios que o aleitamento materno traz para o bebê, há também inúmeros benefícios à saúde da mãe. “Diminuição da incidência de câncer de ovário, útero e mama, diminui a incidência de depressão pós-parto, melhora conexão com bebê, entre outros”, destaca a coordenadora.
No entanto, se por um lado o leite materno gera consequências positivas para o bebê, por outro, a utilização de substitutos dele, como fórmulas ou leite de animais, por exemplo, podem trazer riscos para esses pequenos. “Além de economicamente serem caras, não são prontas para uso , podem levar a contaminação alimentar e aumentar índice de doenças diarréicas, alergias alimentares dentre outros tantos prejuízos ao bebê”, alerta.
A especialista ressalta ainda que a amamentação frequente faz com que a mãe produza mais leite. “Quanto mais o bebê mama, mais leite é produzido. Sabemos que a mama é uma fábrica de produção no momento que o bebê mama, e quanto mais ele estimular através da sucção , mais leite será produzido”, finaliza.
Agosto Dourado e Direitos Trabalhistas
O mês de Agosto é conhecido como “Agosto dourado”, e nesse período do ano, a importância do aleitamento materno é enfatizada. O mês é voltado ao incentivo à amamentação e resulta da comemoração da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que teve início em 1990 durante um encontro da Organização Mundial de Saúde (OMS) com o Unicef, momento em que foi gerado um documento conhecido como “Declaração de Innocenti”.
Dessa forma, são promovidas ações para conscientização sobre as leis que protegem o retorno ao trabalho e a manutenção do Aleitamento depois do período de licença maternidade que dura 6 meses, criando, inclusive, um espaço no ambiente de trabalho.
Por meio da Lei nº 13.435/2017, o Mês de Agosto foi instituído como o “Mês do Aleitamento Materno”, como forma de incentivar a amamentação e reforçar a sua importância para a saúde do bebê. No entanto, essas mães que ainda amamentam e precisam retornar ao trabalho, por exemplo, precisam conhecer os seus direitos para que possam reivindicá-los, caso sejam omitidos.
Conforme a advogada especialista em direitos trabalhistas Ellen Núria essas concessões estão previstas pela legislação trabalhista e de acordo com o artigo 396 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), após o retorno da licença maternidade, de 120 dias, a mulher terá direito a dois descansos especiais de meia hora cada, durante a jornada de trabalho, um deles, com a finalidade de amamentar o bebê. Os horários de descanso podem ser definidos em acordo entre empregador e empregada, de forma individual. Esse procedimento deve ocorrer até que o recém-nascido complete seis meses de vida.