Pesquisa mostra que dormir é um santo remédio
Uma boa noite de sono ajuda no controle do açúcar no sangue e na redução do risco de diabetes tipo 2
14/11/2023 - 08:11
Dormir pouco é um dos fatores de risco conhecidos para diversas enfermidades, incluindo diabetes, cujo dia mundial é lembrado hoje por sociedades médicas e de pacientes. Agora, um estudo da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, mostra que mesmo um curto período de privação do sono aumenta a resistência à insulina em mulheres, especialmente pós-menopausa. Segundo os autores, apesar de a associação já ter sido estabelecida por outras pesquisas, essa é a primeira a mostrar que um pequeno déficit — redução de 90 minutos durante seis semanas no descanso noturno — tem um impacto negativo na saúde metabólica.
A recomendação médica é um sono de seis a nove horas por noite, mas diversos estudos apontam que, em média, menos de um terço da população adulta dedica esse tempo ao repouso diário. Pesquisas também demonstram que o problema é mais comum entre mulheres, e já se sugeriu que os efeitos adversos são mais graves entre elas.
O estudo teve como objetivo descobrir se uma redução de apenas uma hora e meia de sono por noite aumentava os níveis de glicose e insulina das mulheres. Esse hormônio ajuda a regular o açúcar no corpo e, quando as células desenvolvem resistência a ele, o risco de se desenvolver diabetes tipo 2 é significativo.
O sono das participantes foi medido por um sensor no pulso ao longo de seis semanas. Aleatoriamente, os pesquisadores dividiram as mulheres em grupos, que se alternavam no período de estudo: enquanto algumas seguiam os padrões saudáveis, as outras restringiam o hábito. Na fase em que puderam dormir como de costume, a média de horas que passaram repousando foi sete e meia por noite. Já na de privação, as voluntárias iam dormir uma hora e meia depois do habitual.
Nas mulheres na pré-menopausa, os níveis de insulina em jejum aumentaram em resposta à restrição do sono. Já nas em pós-menopausa, as taxas de insulina também foram mais elevadas.
Em nota, a diretora do Centro Nacional de Pesquisa de Distúrbios do Sono dos Estados Unidos, que financiou o estudo, afirmou que o resultado é importante para o planejamento da saúde da mulher.
Jane Borges - jornalista