O volume do Rio Negro, vem subindo lentamente e registrou nessa terça-feira (21) a cota de 13,20 metros. Essa é a pior seca que o rio enfrentou em 121 anos. Os trabalhadores que dependem da pesca, flutuantes e das feiras de Manaus ainda manifestam receio com a retomada das atividades.
O Boletim do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgado nesta terça-feira (21), oponta que o Rio Negro apresentou subidas em Tapuruquara e Barcelos e que, em Manaus, o rio voltou a subir, inicialmente 2 centímetros (cm) e no registro mais recente 9 cm, “contudo os níveis ainda são considerados muito baixos para o período.”
Um dos motivos de preocupação dos trabalhadores é o fato de o início do período de cheias do rio coincidir com o início do defeso para algumas espécies da região. No período de 15 de novembro a 15 de março, a pesca de matrinxã, surubim, pirapitinga, sardinha, pacu, caparari, aruanã e mapará fica proibida por causa da reprodução.
A seca no Amazonas deixou diversas comunidades vulneráveis. O Governo do Amazonas, divulgou em outubro um boletim apontando que 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência e 158 mil famílias foram afetadas.
Em razão da situação de emergência devido à seca, o governo federal pagará um auxílio extraordinário de R$ 2.640 para pescadores artesanais beneficiários do seguro-defeso cadastrados nos municípios da Região Norte. O pescador terá direito, mesmo que seja titular de outros benefícios assistenciais, previdenciários ou de qualquer natureza. O auxílio será pago em parcela única. A estimativa é de que sejam atendidos pescadores profissionais artesanais de 94 municípios da região.
Ana Yasuma - Jornalista