Aquecimento global é "Inevitável" e ultrapassará a meta de 1,5ºC
Acordo de Paris em 2015 poderá ser ultrapassado em apenas sete anos
05/12/2023 - 12:12
De acordo com o novo relatório anual de referência apresentado esta terça-feira na conferência da ONU sobre o clima (COP28), o limite do aquecimento global estabelecido pelos líderes mundiais no Acordo de Paris em 2015 poderá ser ultrapassado em apenas sete anos.
Os cientistas do Global Carbon Projet alertaram para a inevitabilidade que o limiar de 1,5ºC para o aquecimento global seja ultrapassado "de forma consistente ao longo de vários anos" e para a possibilidade de 50/50 de hipóteses de que isso aconteça dentro de apenas sete anos. Um cenário mais pessimista do que o traçado no ano passado que estimava que seria atingido dentro de nove anos.
Segundo o estudo de referência, as emissões de CO2 emitidas para a atmosfera resultantes da utilização de carvão, gás e petróleo em todo o mundo para aquecimento, iluminação e transportes deverão atingir um novo recorde em 2023, com 40,9 mil milhões de toneladas (GtCO2).
Apesar dos esforços feitos por 26 países para reduzir as emissões de combustíveis fósseis, que representam 28 por cento das emissões globais, nomeadamente a União Europeia (- 7,4 por cento) e os Estados Unidos (-3 por cento) não é suficiente, de acordo com o estudo. Uma vez que as emissões de CO2 deverão a aumentar a nível mundial, especialmente na Índia (+ 8,2 por cento) e na China (+ 4 por cento).
O futuro do planeta em aberto
Numa altura em que se discute precisamente o futuro dos combustíveis fósseis na 28ª Conferência do Clima da ONU foi publicada esta terça-feira a última versão do projeto de texto final que deixa diversas opções em cima da mesa, refletindo a divergência de opiniões sobre o assunto e adivinhando negociações intensas entre os países. Este texto-chave em que figuram em 24 páginas as diferentes opções avançadas pelos cerca de 200 países que se encontram a negociar no Dubai será a base de discussão com vista à adoção no final do evento, a 12 de dezembro.Naquela que é suposto ser a primeira “revisão global” do Acordo de Paris de 2015 e em que poderá ficar decidido um afastamento dos combustíveis fósseis ou evitar uma vez mais a questão.
Jane Borges - jornalista