Chegam ao Brasil as primeiras doses da vacina contra a dengue, mas Goiás segue sem previsão
Estado aguarda a divulgação de nota técnica do Ministério da Saúde (MS) sobre a incorporação da vacina contra a dengue ao SUS
23/01/2024 - 09:01

Chegou ao Brasil, no último sábado, 20, a primeira remessa com cerca de 750 mil doses da vacina contra a dengue que será disponibilizada pelo SUS. O país é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. Uma segunda remessa, com 570 mil doses, tem previsão para ser entregue em fevereiro. Em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou que aguarda a divulgação de nota técnica do Ministério da Saúde (MS) sobre a incorporação da vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Até agora, não há nenhuma definição sobre a distribuição, estratégias de vacinação, grupos e regiões prioritárias, entre outras informações, por parte do Ministério da Saúde. A previsão, de acordo com o que foi divulgado pelo diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, é de que todas essas definições aconteçam na próxima reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), no dia 1º de fevereiro”, disse a Secretaria em nota.
O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina fornecidas pela farmacêutica Takeda sem cobrança ao Ministério da Saúde. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024 – 5,2 milhões de doses – que, de acordo com a previsão informada pela empresa, serão entregues ao longo do ano, até novembro.
Diante da capacidade limitada de fabricação de doses da vacina, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas em 2024, já que o imunizante precisa de duas soses, com intervalo mínimo de três meses. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.
O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
A lista dos municípios e a estratégia de vacinação serão informadas pelo Ministério da Saúde nos próximos dias. A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro.
Cidades goianas não vão receber estratégia
Uma das estratégias adotadas pelo MS para conter a proliferação da dengue, zika e Chicungunha não deve ser implementada em Goiás. Conhecida como Wolbachia, a estratégia será levada para seis municípios brasileiros: Devem receber os mosquitos Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).
A técnica, que consiste em distribuir mosquitos que não transmitem o vírus para tentar conter a doença, tem uma eficiência de 77% na redução da transmissão de casos. As ações iniciaram no Rio de Janeiro (RJ) e em Niterói (RJ), em uma área que abrange um milhão e 300 mil habitantes. Em Niterói, dados preliminares já apontam redução de até 77% dos casos de dengue e 60% de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam.
Cidades mais afetadas pela dengue
Em 2023, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, os municípios do Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram os mais afetados. O número de casos no último ano passou de 1,6 milhão, um aumento de 15,8% em relação a 2022, que registrou 1,3 milhão. Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás foram os lugares com maior incidência da doença.
Foto e crédito: Prefeitura de Dourados// Jornal Opção