Ameaças de morte e feminicídio: pesquisa revela dados preocupantes no Brasil
Pesquisa do Instituto Patrícia Galvão revela que quase 17 milhões de brasileiras já enfrentaram ou enfrentam risco de feminicídio.

25/11/2024 - 11:11

Duas em cada 10 mulheres no Brasil já foram ameaçadas de morte pelo parceiro ou ex-companheiro, segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão. Estima-se que quase 17 milhões de brasileiras vivem ou já viveram em situação de risco de feminicídio. Mesmo para aquelas que não enfrentaram diretamente esse perigo, 6 em cada 10 conhecem ao menos uma mulher ameaçada de morte por um parceiro atual ou ex.

Divulgada nesta segunda-feira (25/11), a pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Consulting do Brasil, com apoio do Ministério das Mulheres, revela que 9 em cada 10 entrevistadas acreditam que o feminicídio pode ser evitado com a devida proteção do Estado e da sociedade. No entanto, a maioria considera ineficaz a medida protetiva se o agressor não a respeita e a polícia não garante a segurança da vítima.

Além disso, 2 em cada 3 mulheres acham que nada acontece com os agressores, e apenas 20% acreditam na prisão e punição dos mesmos. O levantamento mostra que 6 em cada 10 mulheres terminam o relacionamento após ameaças de morte, e 44% sentem muito medo de serem mortas, com 37% denunciando à polícia. A dependência econômica do agressor é a principal razão para a permanência em relações violentas, com o medo presente em 46% dos casos.

Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, destaca que a percepção de aumento dos casos de feminicídio se deve à sensação de impunidade e descrédito nas políticas públicas de prevenção e responsabilização. A campanha "21 dias de ativismo", lançada pelo Ministério das Mulheres, visa conscientizar e reivindicar o fim da violência contra as mulheres no Brasil, seguindo até 10 de dezembro.

Como Denunciar:

  • Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher: ações de prevenção, proteção e investigação.

  • Governo Federal: ligue 180 para denúncias e informações sobre violência doméstica.

  • Polícia Militar: ligue 190.

  • Ouvidoria Nacional da Mulher do CNJ: (61) 2326-4615.

  • Ouvidoria das Mulheres do CNMP: (61) 3315-9476 (WhatsApp).

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