Plano nacional aposta em vacinação e novo diagnóstico para eliminar câncer de colo de útero
Com nova estratégia de rastreio, autocoleta e vacinação contra o HPV, o Brasil pode reduzir drasticamente casos e mortes em até 20 anos.
06/12/2024 - 11:12

O Brasil deu um passo importante na luta contra o câncer de colo de útero, com o lançamento do Plano Nacional para a Eliminação do Câncer de Colo de Útero. O objetivo é transformar a doença em uma condição residual em até 20 anos, por meio de melhorias no diagnóstico, tratamento e, principalmente, na vacinação contra o HPV, principal causador do tumor. Atualmente, o câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais prevalente entre mulheres no país e a quarta maior causa de morte, com cerca de 17 mil novos casos e 7 mil mortes anuais.
Avanços no Diagnóstico
Entre as inovações do plano está a substituição do tradicional exame citopatológico (Papanicolau) por testes moleculares de alta precisão para detecção do HPV, que podem reduzir em 46% os casos e 51% as mortes pela doença. Além disso, será implementado um sistema de autocoleta, facilitando o acesso ao rastreamento em regiões de difícil alcance e para mulheres que evitam consultas ginecológicas.
Tratamento Mais Ágil
O plano também busca reduzir os gargalos no início do tratamento. Apesar de a lei brasileira garantir que o tratamento comece em até 60 dias, essa meta ainda está longe de ser realidade, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, que apresentam os maiores índices de mortalidade.
Vacinação: Pilar Fundamental
A vacinação contra o HPV é crucial para evitar novas infecções. O SUS oferece a vacina para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos específicos como pessoas imunodeprimidas e usuários de PrEP. Com a adoção do esquema de dose única, recomendado pela OMS, espera-se alcançar uma cobertura de 90% do público-alvo. No entanto, a cobertura vacinal ainda é desigual, com maior adesão no Paraná (96%) e índices preocupantes no Acre (43%).
Próximos Passos
A meta é aumentar o rastreamento para 70% das mulheres, tratar 90% dos casos positivos de forma imediata e garantir que os tratamentos sejam realizados com agilidade. O plano também prevê estratégias regionais, priorizando as áreas mais afetadas.
Com essas iniciativas, o Brasil se alinha às metas globais da OMS e dá um passo decisivo para erradicar uma das doenças mais graves que afetam a saúde feminina.