Apenas 58,5% dos resíduos sólidos urbanos têm destinação adequada, aponta relatório
Estudo revela que 41,5% dos resíduos sólidos urbanos no Brasil ainda têm destinação inadequada, desrespeitando a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

10/12/2024 - 10:12

Apenas 58,5% dos resíduos sólidos urbanos gerados em 2023 foram encaminhados para destinação ambientalmente adequada, conforme o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024, divulgado nesta segunda-feira (9) pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema). O estudo mostra que 41,5% dos resíduos descartados foram destinados inadequadamente, com 35,5% sendo direcionados a lixões.

Não Cumprimento da PNRS:

O relatório destaca o não cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida em 2018 pela Lei 12.30, que estipulava 2024 como prazo final para o encerramento definitivo dos lixões no país. O documento alerta que o gerenciamento de resíduos no Brasil ainda está longe de atender às diretrizes da PNRS, apesar de um pequeno avanço em relação a 2022, quando o percentual de destinação adequada foi de 57%.

Geração de Resíduos:

Em 2023, o brasileiro gerou, em média, 1,047 quilos de resíduos sólidos urbanos por dia, totalizando mais de 81 milhões de toneladas ao longo do ano. A Região Sudeste foi a maior geradora de resíduos, com quase 40 milhões de toneladas (49,3% do total), enquanto a Região Norte foi a que menos gerou, com 7,5% do total.

Coleta e Reciclagem:

Foram coletadas 75,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2023, representando 93,4% do total gerado. A coleta foi realizada principalmente pelos serviços públicos, responsáveis por 87,8% da coleta, e pela atividade informal de catadores autônomos, que coletaram 5,6% do total. Do material coletado, 8% dos resíduos secos foram encaminhados para reciclagem e 0,4% para compostagem.

Despesas e Empregos:

Os municípios brasileiros gastaram R$ 34,7 bilhões com gerenciamento de resíduos sólidos urbanos em 2023, valor que sobe para R$ 37 bilhões quando incluídos gastos privados. O setor empregou 386 mil pessoas, com a maioria nas atividades de varrição, capina, roçada e unidades de processamento.

A análise dos dados indica as áreas prioritárias para melhorias no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e os investimentos necessários para implementar soluções eficazes.