Entregadores de aplicativos iniciam paralisação nacional por melhores condições de trabalho
Profissionais de delivery em todo o Brasil realizam greve de 48 horas, reivindicando reajuste nas taxas de entrega e melhorias nas condições laborais.
31/03/2025 - 12:03

Entregadores de aplicativos como iFood, Uber Flash e 99 Entrega iniciaram, nesta segunda-feira (31), uma paralisação nacional de 48 horas, conhecida como "Breque Nacional dos Apps 2025". A mobilização busca pressionar as plataformas por melhores condições de trabalho e reajustes nas taxas de entrega.
As principais reivindicações da categoria incluem:
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Taxa mínima por entrega: elevação para R$ 10;
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Remuneração por quilômetro rodado: aumento de R$ 1,50 para R$ 2,50;
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Limitação do raio de atuação para bicicletas: máximo de 3 km;
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Pagamento integral por pedidos agrupados: garantia de remuneração completa em casos de múltiplas entregas na mesma rota.
A paralisação ocorre em 59 cidades brasileiras, com atos previstos em pelo menos 19 capitais, incluindo São Paulo, Maceió, Manaus, Belém, Salvador, Fortaleza, Goiânia, Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba, Porto Velho, Cuiabá e São Luís.
Em São Paulo, os entregadores se reuniram na Praça Charles Miller, no Pacaembu, e seguiram em direção ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista, com destino final à sede do iFood em Osasco. Junior Freitas, uma das lideranças do movimento, destacou a insatisfação da categoria: "Somos precarizados há muito tempo e sabemos que é a remuneração que dita o quanto tempo precisamos trabalhar e ficar na rua se arriscando."
A manifestação ocorre após o fracasso das negociações para regulamentação do trabalho por aplicativos. Em maio de 2023, o Ministério do Trabalho e Emprego criou uma comissão especial com representantes de trabalhadores e empresas para elaborar um projeto de lei. Após seis meses, as negociações foram encerradas sem consenso.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como iFood, Uber e 99, afirmou que respeita o direito de manifestação e que as associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores. A entidade também apoia a regulamentação do trabalho intermediado por plataformas digitais, visando garantir a proteção social dos trabalhadores e a segurança jurídica das atividades.