Gaza volta a receber ajuda humanitária após quase três meses de bloqueio
Há 2 milhões de pessoas famintas enquanto toneladas de alimentos estão retidas na fronteira.
20/05/2025 - 12:05

Após quase três meses de bloqueio total, Israel permitiu a entrada dos primeiros caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A medida ocorreu em meio a intensas pressões internacionais e alertas da ONU sobre o risco iminente de fome entre os 2 milhões de habitantes do território palestino.
Na segunda-feira (19), cinco caminhões transportando leite em pó e outros itens essenciais cruzaram a fronteira, enquanto Israel avançava com uma nova operação terrestre na região. O secretário-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, alertou que o risco de fome em Gaza estava aumentando com o bloqueio deliberado à assistência. Ele afirmou que há 2 milhões de pessoas famintas enquanto toneladas de alimentos estão retidas na fronteira.
O chefe da ONU para assuntos humanitários, Tom Fletcher, descreveu a ajuda como "uma gota no oceano" e apelou por medidas adicionais, incluindo a abertura de mais passagens e a remoção de restrições para garantir um fluxo contínuo de assistência. Fletcher também expressou preocupação com roubos e saques, um problema crescente à medida que os recursos se tornam cada vez mais escassos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a decisão de retomar a ajuda "mínima" foi influenciada por alertas de aliados, que indicaram a impossibilidade de apoiar uma nova ofensiva militar diante de imagens de fome em Gaza. Em resposta, líderes do Reino Unido, França e Canadá classificaram a ajuda como "totalmente inadequada" e ameaçaram adotar ações concretas contra Israel, incluindo sanções, caso não haja mudanças significativas na política de assistência humanitária.