Lula defende moeda alternativa ao dólar no BRICS
Presidente busca reduzir dependência do dólar e ampliar comércio com países do bloco

18/08/2025 - 11:34

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a criação de uma moeda alternativa ao dólar para transações entre os países do BRICS, visando reduzir a dependência do sistema financeiro ocidental e promover uma “ordem multipolar” no comércio internacional. Durante a Cúpula do BRICS em Kazan, em outubro de 2024, Lula destacou que a medida não substituiria moedas nacionais, mas fortaleceria a autonomia financeira dos países do bloco. (correiobraziliense.com.br)

Em julho de 2025, no encontro do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) no Rio de Janeiro, foi priorizado o uso de moedas locais nas transações entre os países do BRICS, evitando a criação de uma moeda única. A proposta visa reduzir a exposição à volatilidade cambial, embora haja divergências internas: a Rússia apoia a criação de uma moeda comum para escapar de sanções ocidentais, enquanto o Brasil reconhece o dólar como reserva global. 

Especialistas alertam que a adoção de uma moeda alternativa ao dólar enfrenta obstáculos. O economista Maílson da Nóbrega aponta que transações com países sancionados, como Rússia e Irã, podem gerar dificuldades e prejuízos ao Brasil, além de lembrar que o país abandonou o Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR) em 2019 devido a problemas de cumprimento por parte de alguns participantes. 

Em reação às iniciativas do BRICS, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de até 100% aos países que adotassem a nova moeda, considerando-a uma ameaça à hegemonia econômica americana. Essa postura evidencia os desafios externos que podem impactar a viabilidade da proposta.

A iniciativa de Lula reforça o interesse do Brasil em diversificar mercados e fortalecer relações comerciais com países do BRICS, buscando reduzir vulnerabilidades financeiras externas e consolidar uma atuação mais estratégica no cenário global.