Governo Lula aperta a liberação de emendas após derrota na CPMI do INSS
Após perder o comando da CPMI que investiga fraudes no INSS, o Planalto reduziu drasticamente os pagamentos de emendas parlamentares, intensificando insatisfação na base aliada.
25/08/2025 - 10:26
Em reação à derrota na instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o governo federal restringiu a liberação de emendas parlamentares — fato apontado por congressistas como causa do revés político na votação dos membros da CPMI.
Até o momento, o Planalto desembolsou apenas R$ 6,29 bilhões dos R$ 50,38 bilhões em emendas autorizadas para 2025, o que representa um volume 13% menor do que o esperado pelos parlamentares. Se considerados repasses pendentes de anos anteriores, esse valor chega a R$ 15,4 bilhões liberados no ano até agora.
O governo adotou uma estratégia de pagamentos concentrados em manhãs específicas. A média diária de liberação em 2025 gira em torno de R$ 66,3 milhões. No dia da derrota política (quarta-feira, 20 de agosto), foram liberados apenas R$ 32 milhões; no dia seguinte (quinta-feira, 22 de agosto), o valor subiu levemente, mantendo-se na média, com R$ 68 milhões liberados — totalizando R$ 100,6 milhões em emendas após o revés. Deste montante, R$ 22,2 milhões foram destinados a integrantes da própria CPMI.
Para muitos parlamentares da base aliada, esse ritmo contido de repasses sinaliza falta de contrapartida política e desatenção do governo — fatores que teriam contribuído para a derrota. A estratégia restritiva sinaliza alerta político e pode ampliar reclamações internas sobre a atuação do Palácio do Planalto.