Governo lança TV 3.0, que promete transformar como brasileiros assistem TV
Integração com internet e interatividade marcam nova era da televisão aberta, com previsão de estreia durante a Copa de 2026.

27/08/2025 - 10:46

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 27 de agosto de 2025, no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a TV 3.0, a nova geração da televisão aberta e gratuita no Brasil, definida como uma inovação que moderniza o setor e coloca o país "na vanguarda da radiodifusão mundial".

A TV 3.0 combina sinais tradicionais de TV com internet (broadcast + broadband), permitindo maior interatividade, melhor qualidade de imagem e som, além de aplicações como votações em tempo real, serviços de governo digital, alertas emergenciais, recursos de acessibilidade, publicidade personalizada e até T-commerce, com compras diretamente pelo controle remoto.

Recomendado pelo Fórum SBTVD, o padrão técnico adotado será o ATSC 3.0, que será implementado gradualmente — começando pelas grandes cidades — e já deve beneficiar parte da população durante as transmissões da Copa do Mundo de 2026.

Com a nova tecnologia, emissoras poderão oferecer conteúdos adicionais sob demanda por meio de uma interface baseada em aplicativos — exibindo programas extras, séries, jogos e outros conteúdos disponíveis por catálogo — enquanto mantêm a cultura do "zapping" entre canais.

Especialistas veem a TV 3.0 como um impulso para a retomada da relevância da televisão aberta frente aos serviços de streaming (OTT). Um dos ganhos esperados é a “reconquista” de espaço na interface das Smart TVs, que geralmente priorizam aplicativos de streaming, por meio do ícone da TV aberta na primeira tela e no controle remoto.

Além disso, a TV 3.0 deve integrar serviços públicos por meio de uma Plataforma Comum de Comunicação Pública. Com isso, televisores conectados à internet poderão acessar apps como TV Brasil ou Canal Gov, facilitando o acesso a conteúdo linear e on-demand de emissoras públicas.

No entanto, o avanço da TV 3.0 enfrenta desafios significativos: os custos de licenciamento e de infraestrutura para emissoras; a necessidade de equipamentos compatíveis por parte dos usuários; e a baixa conectividade de qualidade em parte da população. Segundo o Cetic.br, apenas 22% dos brasileiros com 10 anos ou mais têm acesso satisfatório à internet — um indicador que varia por classe social, região e faixa etária.