Laudo médico indica que Carla Zambelli pode permanecer presa e ser extraditada
Perícia italiana afirma que, embora sob tratamento, a deputada não apresenta impedimentos médicos para manter-se detida ou ser transportada ao Brasil.
27/08/2025 - 10:53
Um laudo médico solicitado pela Justiça italiana concluiu que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) pode continuar detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, e ainda ser extraditada ao Brasil com segurança, caso essa decisão seja tomada. O documento de 19 páginas, assinado pela especialista italiana em medicina legal Edy Febi, será apresentado em audiência marcada para esta quarta-feira, 27 de agosto.
O laudo analisa o estado físico e mental de Zambelli, mencionando quadros de transtorno depressivo e distúrbios de sono, mas destaca que não foram observados sinais de automutilação ou comportamento autolesivo desde o início da detenção. A médica informa que Zambelli se apresentou lúcida e adequada durante a avaliação e observa que suas condições clínicas — incluindo a Síndrome de Ehlers-Danlos, que afeta articulações e músculos — não representam risco de morte nem impedimento atualmente.
O laudo também considera que a greve de fome recentemente encampada pela parlamentar não inviabiliza sua permanência no sistema prisional, dado que ela demonstra comportamento consciente, recebe medicação e está devidamente hidratada. Além disso, não há impedimentos médicos para o transporte aéreo, desde que sejam observadas as precauções necessárias.
Na defesa, os advogados de Zambelli discordam do laudo italiano e apresentaram outra avaliação médica, que, segundo eles, comprova que ela não tem condições de permanecer detida em Rebibbia. A audiência de hoje poderá decidir se mantém a detenção, concede prisão domiciliar ou autoriza a extradição.
Zambelli foi presa em Roma no dia 29 de julho, após ter sua condenação de dez anos de prisão, pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), transitado em julgado no STF.