Com derrota na PEC da Blindagem, oposição volta a apostar na anistia
Oposição sofre revés, conquista vitória simbólica e agora mira anistia, mas enfrenta resistência intensa do governo
01/09/2025 - 10:58

A oposição no Congresso sofreu um revés significativo ao não conseguir aprovar a PEC da Blindagem, proposta que pretendia reforçar prerrogativas parlamentares e restringir investigações do STF contra deputados e senadores. A iniciativa foi barrada graças à articulação do governo com o Centrão, evidenciando fragilidades na estratégia oposicionista.
Apesar da derrota, houve uma vitória simbólica: o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente da CPMI que investiga desvios no INSS, em votação secreta (17 votos a 14), contrariando a indicação do Palácio do Planalto.
O recuo do PL ficou claro nas palavras do líder Sóstenes Cavalcante (RJ): “Se algum outro partido quiser levar o tema adiante, vamos ser coadjuvantes. Não vou ficar me sacrificando…”, afirmou à GloboNews.
Anistia como novo foco
Com o fracasso da blindagem, a oposição agora concentra esforços em aprovar uma anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, aproveitando-se da proximidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF.
Para governistas, trata-se de uma manobra simbólica e afundada pela falta de legitimidade, reforçando a narrativa de que o foco da oposição é criar impunidade. A deputada Maria do Rosário e outros parlamentares criticaram a iniciativa como uma tentativa de “isolamento do Congresso da sociedade”.
Nos bastidores, analistas apontam desgaste para Hugo Motta (presidente da Câmara), que enfrenta pressões de governo e oposição, além do isolamento crescente dos bolsonaristas. A derrota reforçou a governabilidade do Executivo, enquanto a tentativa de anistia segue como o próximo alvo da oposição — embora com poucas chances reais de avanço.