Centrão tenta anistia ampla, mas proposta enfrenta resistência
                        
                                                    Projeto do PL prevê perdoar acusados desde o inquérito das fake news até o 8 de janeiro e reverter inelegibilidade de Bolsonaro, mas esbarra em barreiras no Congresso, STF e governo.
                                            
                    05/09/2025 - 11:00
O Partido Liberal (PL) e aliados do centrão articulam um projeto de anistia que beneficiaria investigados desde o inquérito das fake news, iniciado em 2019, até os envolvidos no 8 de janeiro, incluindo a reversão da inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Uma versão elaborada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), é considerada a proposta mais abrangente já discutida. Contudo, enfrenta forte resistência de parte dos parlamentares do centrão e ainda não teve texto finalizado.
A movimentação ganhou impulso com o início do julgamento de Bolsonaro no STF, o que gerou pressões internas. Apesar de haver uma maioria estimada de cerca de 300 votos na Câmara favoráveis à anistia, muitos preferem uma versão mais restrita, que não inclua o ex-presidente — estratégia vista como forma de viabilizar uma alternativa política, como a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em 2026.
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já rejeitou publicamente a ideia de uma anistia ampla e prepara um projeto alternativo para reduzir penas apenas dos condenados pelo 8 de janeiro. Essa versão tem maior apelo entre ministros do STF e se mostra mais viável legalmente.
Até o momento, não há data marcada para votação, nem relator definido. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), admitiu a discussão do tema mas ressaltou que seguirá ouvindo lideranças favoráveis e contrárias. Se aprovado, o texto ainda dependeria de sanção presidencial e poderia ser alvo de questionamentos no STF.