Goiânia carrega cicatrizes invisíveis 38 anos após tragédia do Césio-137
Sobreviventes ainda enfrentam sequelas físicas, psicológicas e sociais.

15/09/2025 - 11:35

Goiânia carrega cicatrizes invisíveis 38 anos após tragédia do Césio-137

Há exatos 38 anos, Goiânia viveu o maior acidente radiológico do Brasil fora de uma usina nuclear: o vazamento de Césio-137 em setembro de 1987. Desde então, embora as chamas visíveis e o pó azul já tenham se dissipado, os impactos continuam — entre eles, doenças, mortes, marcas emocionais e busca por justiça.

Mais de 600 pessoas contaminadas, cerca de 110 mil monitoradas, e quatro mortes confirmadas são os números diretos da tragédia, mas as sequelas vão muito além. Sobreviventes relatam ansiedade, depressão, estigmatização social e uma sensação persistente de abandono pelo poder público.

Recentemente, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou alterações na lei que regula a Junta Médica responsável pelo atendimento aos atingidos: uma das mudanças é a inclusão da psiquiatria entre os especialistas necessários, além da flexibilização para emissão de laudos médicos, como tentativa de corrigir lacunas históricas no acompanhamento das vítimas.

No âmbito judicial, há decisões recentes que favorecem as vítimas: famílias tiveram desapropriações reconhecidas e indenizações garantidas após longos trâmites legais. Essas decisões refletem a luta constante por reparação, reconhecimento e direito à memória.

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