Estudos no Brasil apontam exame de sangue promissor para diagnóstico precoce do Alzheimer
Especialistas avaliam sua inserção no SUS para ampliar o acesso ao diagnóstico.

16/10/2025 - 11:36

Cientistas brasileiros têm obtido resultados promissores em pesquisas que avaliam o uso de exame de sangue para detectar Alzheimer, destacando o biomarcador p-tau217 como forte candidato para identificar a doença em estágios iniciais ou mesmo pré-clínicos. O trabalho, apoiado pelo Instituto Serrapilheira, envolveu pesquisadores da UFRGS e da UFRJ, entre outras instituições, e comparou os resultados com exames padrão, como punção lombar (análise de líquor) e exames de imagem.

Os estudos mostram que o teste sanguíneo alcançou níveis de sensibilidade e especificidade acima de 90% ao distinguir pessoas com Alzheimer de indivíduos saudáveis, mesmo em diferentes regiões do Brasil. Essa alta performance é significativa, sobretudo devido aos obstáculos de infraestrutura que dificultam o uso dos métodos invasivos ou caros em larga escala.

Embora ainda em fase de validação, há expectativa de que esse exame possa, no futuro, ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, pesquisadores ressaltam a necessidade de mais estudos para avaliar a eficácia em populações diversas, definir protocolos, logística de coleta e onde o exame poderia ser aplicado de forma rotineira. O custo também aparece como ponto crítico a ser ajustado.

Além disso, o estudo destaca uma correlação relevante entre baixa escolaridade e maior risco de declínio cognitivo, sugerindo que fatores socioeconômicos influenciam significativamente o Alzheimer. A detecção precoce — antes dos sintomas visíveis — é considerada uma peça-chave para ampliar medidas preventivas, melhorar tratamentos futuros e planejar políticas públicas de saúde mental.